Freamunde parou no tempo, esta é a melhor explicação para o estado desta cidade. Ou será que o mundo está a viajar a uma velocidade superior à de Freamunde? Como esta situação ainda não foi registada por nenhum centro de astrofísica, logo esta ideia é pouco plausível.
Foi com alguma apreensão com que li a entrevista dada pelo nosso Mayor ao único meio de comunicação em papel de Freamunde. A julgar pelas promessas, parece que é desta vez que vamos ver algo de diferente em Freamunde. Mas o meu dedo mindinho ficou extremamente céptico, e ele é muito fiável, e a julgar pelo populismo dos últimos anos, pode ser que em vez de tudo aquilo que foi escrito e passo a citar:
‘’A primeira prioridade é a instalação da Escola Secundária e quase paralelamente as nossas preocupações voltam-se para a continuação das obras do Parque de Lazer, das Piscinas, da requalificação do Centro Cívico e da Rede Viária.’’- in Fredemundus 26 de Maio
Muito possivelmente teremos, bem perto das próximas eleições de 2009, mais uma rotunda aformoseada.
Como em todas as politicas, o problema não está na promessa, reside apenas no seu incumprimento, daí não colocarmos objecções a estas ideias, haveriam outras e 4 anos dão bem para muito mais. Apenas pedimos que cumpram.
Dos quatro prometimentos elucidados pelo nosso Mayor, há um que merece o nosso apontamento, porque a revolta têm sido alertada por outras vozes encolerizadas, sobre uma medida tomada pelo nosso Mayor que vai de encontro a um dos compromissos abordados, a requalificação do centro cívico.
Freamunde como terra bairrista possui elementos que nos dias de hoje poderiam resolver muitos dos problemas dos centros urbanos, a Solidariedade e União Popular. Se esta terra nunca baixou os braços perante as adversidades, foi devido a este espírito de união, porque se esperássemos por apoios governamentais, teríamos de nos mudar de malas e bagagens até à Capital de Ulisses.
Foi o povo que ergueu Freamunde.
Um dos poucos aspectos residuais desta cultura rica que se está a perder no tempo, eram e são os Leilões, que quer se goste ou não, são uma expressão genuína do nosso povo, que desta forma conseguia a custo, angariar fundos de financiamento para projectos colectivos. Neles todos cooperavam, uns dando acima das suas posses e outros muito abaixo do seu poder económico, mas o facto é que eram eventos que reflectiam a alma apaixonada dos devotos freamundenses.
O seu local de realização era e já não é, junto à capela de Santo António.
E já não é porquê?
Eis a questão. O Fredemundus não teve a ousadia de encavacar o Presidente da Junta com esta pergunta e com outras sem explicações, porque será?
Ao que parece o nosso Mayor anda perdido, é presidente da junta de uma cidade adolescente, ou seja, para o que é importante, diz-se vila, e para o que não é tão importante, diz-se cidade de nariz empinado. Este sentimento de dúvida tem atormentado o nosso Mayor, e a revolta entristece-se com as consequências deste estado de alma.
De facto leilões são coisas de vilas, e delinquência e marginais são realidades citadinas, é este o ponto de vista do nosso governante, daí expulsar as gentes perigosas dos leilões, colocando-os perto da Extensão de Saúde, para o caso de algo correr mal, e deste modo os marginais poderem desenvolver a sua actividade vindoura no nosso centro cívico. Leilão é algo pouco cívico e merece ser banido da nossa cultura, dentro desta linha de pensamento mayorista, a revolta sugere que se encontre uma gruta nos arredores de Freamunde para que lá ocorram sem prejuízo do civismo freamundense, o leilão…
Senhor Presidente, se tem vergonha da nossa cultura e dos nossos hábitos, existem muitos dormitórios nas urbes, exauridos de cultura, que necessitam de um administrador que não goste de leilões.
Viva Freamunde, uma
Vivam os Leilões, duas
Viva o Santo António, três
Arrematado para a revolta dos capões
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