A cerveja foi ao longo dos tempos considerada como o ‘’néctar dos pobres’’. Bebida produzida primeiramente pelos povos das civilizações antigas, Babilónia, Suméria e Antigo Egipto, tem como base o uso de um cereal, água, levedura e ervas aromáticas, como o humulus lupus. Os egípcios acreditavam que foi o Deus Osíris que certo dia terá ensinado os homens a produzir cerveja.
Os conhecimentos de cervejaria foram passando de povo em povo, até chegar, na Idade Media, às mãos dos monges que desde logo conferiram à cerveja uma nova dimensão, que resultou numa enorme variedade de cervejas. A primeira autorização de comercialização de cerveja foi emitida em 1040 aos monges beneditinos de Weihenstephan, e nunca mais parou até hoje, sendo a cerveja uns dos produtos alimentares mais explorados no mundo.
Em Freamunde, a cerveja é largamente apreciada no seu momento mais festivo, as Sebastianas. Os barris consomem-se uns atrás dos outros num espírito que faz lembrar uma October Fest, em Munique. Mas em Freamunde existe um local peculiar em que a quantidade é substituída pela qualidade, falo-vos da mítica cerveja do Café Mota. Apesar do seu aspecto tosco e taberneiro este local encerra uma mística que se sente logo após o primeiro gole de cerveja. Não estamos a falar de uma cerveja qualquer, e quem sabe do que estamos a falar compreende-nos, estamos a falar do Fino do Mota. Esta bebida possui um trago que nos transporta para uma dimensão cervejeira que roça o divino e o mundano, e assim que voltamos à terra, apenas nos apetece pedir mais um fino e um pires de tremoços. Esta sensação é repetida e repetida, num jogo de sensualidade e misticismo, que no final nos leva ao ligeiro cambalear, caso tenhamos juízo, ou à verdadeira desgraça caso nos excedamos.
O segredo foi durante anos e anos discutido, porque a cerveja servida no Mota apesar de provir de vulgares barris distribuídos por todos os locais de vendas, o trago desta cerveja ganha uma alma muito diferente no Mota. Resta-nos debruçarmos sobre as outras condições e especular...
Fica o convite a todos os apreciadores de cerveja.
Vivam os Finos do Mota
Força SC Freamunde, há que reagir…
Vivam as Sebastianas
Por favor não fales nas francesinhas do gusto ...
Confirmo o sabor único do Fino do Mota.
Eu cheguei a pensar que o segredo estava nos copos... quanto mais sujos melhor seria a cerveja.
Mas depois fui ao Teles às 3 da manhã de sexta-feira para sábado e percebi que a minha teoria estava errada.